Para o professor da Universidade de Nova York Anindya Ghose a revolução iniciada pelos smartphones é uma oportunidade de entregar mais valor aos consumidores
Cada toque que você dá na tela do smartphone cria uma trilha de informações digitais, tanto no sentido figurado quanto literalmente. Com um volume cada dia mais avassalador de dados, é comum pensar nos aparelhos como um facilitador para que as empresas atuem como “stalkers” de seus consumidores.
O professor da Stern School of Business, da Universidade de Nova York, Anindya Ghose acredita que é preciso observar essa questão por outro lado. Para o indiano, que também é escritor e investidor, vivemos um momento único, no qual as empresas podem transformar os smartphones em assistentes virtuais essenciais no cotidiano de seus consumidores.
O que Ghose e outros especialistas chamam de era da economia mobile é um mercado de trilhões de dólares, cheio de oportunidades e desafios. O principal deles, é que as companhias sejam tão inteligentes quanto as telas que carregamos em nossos bolsos para lá e pra cá.
Como destravar a economia mobile
Observando a relação entre consumidores e marcas como uma via de mão dupla, o professor da Universidade de Nova York pesquisou casos de sucesso de empresas dos Estados Unidos, Europa e Ásia para escrever sua principal obra: “TAP: Unlocking the Mobile Economy”, em 2017.
No livro, Ghose descreve alguns comportamentos contraditórios dos consumidores:
- Buscam espontaneidade, mas têm comportamento previsível;
- Não gostam de anúncios, mas sofrem com a ansiedade de estarem perdendo o que há de mais recente.
- Dão valor para privacidade, mas usam cada vez mais seus dados como moeda de troca em serviços do cotidiano.
Por esse motivo, as empresas precisam utilizar com sabedoria o poder dos dados disponíveis. Segundo o especialista, no fim do dia, os celulares serão cada dia mais um mordomo e menos um incômodo para seus usuários.
Se tomarmos a ficção como inspiração, a ideia é que os smartphones sejam cada dia mais próximos do Jarvis, a inteligência artificial que faz a vida do Homem de Ferro mais fácil e menos como HAL 9000, o personagem do clássico 2001, “Uma Odisséia no Espaço”.
Além das contradições comportamentais dos consumidores, Ghose ainda explora fatores-chave que provavelmente afetarão o processo de monetização dos dados gerados pelo nosso uso de smartphones modernos com recursos avançados.
Em um mundo de inteligência artificial, realidade virtual e aumentada, tecnologias vestíveis, casas inteligentes, metaverso e várias outras tecnologias, o futuro da economia mobile parece ilimitado.
E, com esse cenário, a quantidade de dados à disposição dos líderes de negócios é cada dia maior. Transformar essa informação em uma visão de futuro é estratégico, segundo o professor da Universidade de Nova York.
Saiba mais sobre Anindya Ghose
Anindya Ghose é titular da cadeira de Negócios da Leonard N. Stern School of Business de Nova York, além de diretor do MBA de Business Analytics da mesma universidade, além de professor visitante da Wharton School of Business. Autor do best-seller “TAP: Unlocking The Mobile Economy”, publicou mais de 90 artigos em revistas científicas.
Para comentar o poder dos dados na era da economia mobile, Anindya Ghose esteve no Brasil como uma das atrações principais do DDB 2022, maior evento de Data Analytics do país — realizado pela Neoway em parceria com a B3.