Auditoria interna: o que é e quais os benefícios?

Índice

  • O que é uma auditoria interna?
  • Quando é preciso fazer uma auditoria interna?
  • Qual a importância da auditoria interna nas empresas?
  • Como funciona uma auditoria interna?
  • Quais são as diferenças entre auditoria interna e externa?

Equilíbrio, disciplina e mecanismos de controle eficientes são algumas das características de empresas vencedoras. Para alcançar o crescimento sustentável dos negócios, independentemente do setor de atuação, é preciso acompanhar de perto o desempenho de todas as áreas, etapa por etapa.

Rever processos e gerenciar riscos estão entre as prioridades das lideranças comprometidas com a máxima eficiência operacional.

Com o acirramento da concorrência, a busca por vantagens competitivas deixou de ser desejável e tornou-se elemento de sobrevivência em um mundo tão dinâmico.

E, em meio às tarefas do dia a dia, mapear as engrenagens da organização de forma precisa não tarefa é simples.

Um dos principais caminhos para endereçar essa questão é recorrer à auditoria interna, a partir de ferramentas e metodologias adequadas.

Segundo pesquisa da consultoria PwC, 56% dos stakeholders consideram que essa prática gera valor significativo para as empresas. 

No mundo ágil atual, é imprescindível ter planos de ação para responder aos desafios que se apresentam dentro das empresas.

Ao longo deste texto, explicaremos os benefícios de realizar a auditoria interna e compartilharemos o passo a passo para sua aplicação eficiente.

O que é uma auditoria interna?

Auditoria interna: O que é e como funciona na prática

A auditoria interna é um processo de análise que visa garantir o cumprimento de políticas e normas e apurar eventual necessidade de ajustes.

O objetivo é reunir informações suficientes que permitam a elaboração de planos de ação capazes de atingir objetivos pré-determinados. 

Para que ela funcione adequadamente, é essencial garantir independência à análise e seguir à risca uma estratégia disciplinada a fim de prezar por sua relevância.

Qual é o objetivo de uma auditoria interna?

A auditoria interna funciona como um processo de revisão das atividades de uma empresa e deve estar constantemente no radar dos gestores, não apenas quando há suspeitas de irregularidades.

Sua função primária é analisar se o planejamento realizado para toda a organização, ou para áreas específicas, está sendo cumprido da maneira como foi idealizado.

Para tanto, os procedimentos de rotina são minuciosamente verificados a partir de um checklist. 

Os resultados coletados na análise são avaliados e, em caso de detecção de problemas, correções são apontadas.

Portanto, uma das principais vantagens da auditoria interna é reunir insumos para identificar e mitigar danos, sejam em estágios preliminares ou avançados.

Quem pode fazer uma auditoria interna?

O trabalho de auditoria interna é realizado por auditores habilitados. Tratam-se de profissionais orientados a investigar a fundo os processos e as atividades das empresas e reportar os resultados de suas análises.

Devido ao caráter fiscalizador da atividade, os auditores podem ser vistos como barreiras ao avanço de uma organização, mas seu papel é justamente o contrário.

Cabe a esses consultores fazer o “check up” do ambiente corporativo e apontar possíveis erros juntamente com os ajustes de rotas a serem feitos.

Uma de suas principais atribuições é junto ao setor financeiro, garantindo a conformidade de operações, normas e procedimentos legais, além do cumprimento do código de ética.

Quais são os tipos de auditoria interna?

Existem diferentes tipos de auditoria interna. Inclusive, é possível realizar esse processo integralmente, agregando uma análise de todos os setores da empresa.

Porém, existem alguns tipos mais comuns. A começar pela auditoria financeira, processo no qual são revisados todos os registros contábeis. Há, também, uma grande demanda pela auditoria de conformidade (ou compliance), para garantir que a empresa esteja atuando de acordo com regulamentos estabelecidos por órgãos fiscalizadores e normas internas. 

Outros modelos de auditoria interna são: TI (Tecnologia da Informação), para assegurar a privacidade de dados; auditoria operacional, que vigia todas as operações da empresa, garantindo a qualidade e produtividade do negócio; e a auditoria de RH, que avalia a gestão de recursos humanos. 

Quando é preciso fazer uma auditoria interna?

A frequência da auditoria interna é determinada de acordo com as necessidades de cada empresa, podendo ser contínua ou periódica.

Entretanto, há situações específicas que chamam a atenção e requerem análises pontuais e imediatas. Confira abaixo quais são:

Quando a empresa apresenta resultados distantes da meta

A auditoria interna pretende responder a questões previamente levantadas e, por isso, depende da definição de objetivos para acontecer. Quando esses não são atingidos, é preciso investigar as causas.

O processo de análise, que é realizado de forma setorial, permite aos gestores compreender os sintomas das ocorrências detectadas.

O não atingimento de metas é uma delas. Por meio de indicadores claramente estipulados, os auditores revisam processos e atividades em busca de gargalos que possam explicar a queda de rendimento da área, por exemplo. 

Esse trabalho de investigação serve tanto para aprimorar o desempenho de cada setor quanto para identificar eventuais operações feitas em não conformidade.

Quando há interesse na expansão do negócio de maneira estruturada

O crescimento organizado de uma empresa passa por etapas importantes rumo à consolidação dos negócios, sendo o gerenciamento de riscos uma das principais.

Organizações alinhadas com boas práticas de governança corporativa tendem a atrair mais investidores porque transmitem confiança e responsabilidade nas relações comerciais.

Sobre esse tema, abordamos, em podcast, a influência do setor de Compliance para apoiar negócios mais seguros e eficientes. Ouça o episódio e entenda a relevância dessa área.

Quando a empresa pretende expandir o negócio, a auditoria interna também tem papel decisivo. É ela que irá validar (ou não) a estratégia desenhada e verificar se os mecanismos de controle estão sendo adotados corretamente.

Tal suporte analítico é fundamental para nortear decisões de grande impacto aos negócios, como a abertura de filiais ou a investida em novos setores.

Como deve ser feita uma auditoria interna?

As empresas interessadas em realizar auditoria interna devem considerar o seguinte passo a passo para implementá-la, segundo a consultoria Isotec.

Definição de objetivos

Como já informamos anteriormente, o gestor disposto a recorrer à auditoria interna precisa identificar os porquês do processo.

Na etapa inicial, é importante saber o motivo pelo qual a prática se faz necessária e quais resultados pretendem ser alcançados por meio da  investigação.

A auditoria interna pode ser aplicada para finalidade contábil, operacional ou estratégica. Cabe à empresa determinar seu andamento conforme os objetivos.

Definição de cronograma

Como todo plano de ação, a auditoria interna deve conter prazos a serem cumpridos e também as respectivas fases de desenvolvimento.

É preciso definir processos e subprocessos a serem auditados; as datas nas quais o trabalho será realizado; e as soluções necessárias para que a análise seja feita adequadamente.

A partir de um cronograma bem elaborado, evita-se desperdício de tempo e de recursos.

Colaboração

Os colaboradores, que estão na linha de frente da empresa, são fontes valiosas de conhecimento que devem ser aproveitadas.

Antes do início da auditoria interna, é recomendável que os profissionais a cargo do trabalho conversem com pessoas de equipes diferentes para apurar eventuais problemas recorrentes.

Assim, é mais provável que a análise a ser feita reflita a realidade das “dores” do negócio.

Investigação prévia

Além de interagir com os colaboradores, recomenda-se que o auditor apure eventuais gaps anteriores que podem impactar o desenvolvimento das ações.

A investigação deve procurar por planos que ficaram pelo caminho e por possíveis ações feitas em não conformidade.

O levantamento prévio de informações é um aliado poderoso para a contextualização do cenário que será analisado.

Precisão

Conforme alerta a consultoria Isotec, “o erro de muitas auditorias é utilizar modelos de checklist padronizados”. 

A melhor alternativa em busca de mais eficiência é considerar a realidade na qual a empresa está inserida, bem como o dinamismo natural dos processos de verificação.

Isso porque o caminho para encontrar respostas relevantes nem sempre é linear.

Elaboração de bons relatórios

A etapa final do passo a passo consiste em garantir que os resultados apurados sejam convertidos em relatórios de boa qualidade.

A métrica a ser considerada é simples: as informações contidas nos documentos consolidados devem responder, de modo satisfatório, às perguntas que motivaram a condução da auditoria interna.

Ao receber os relatórios, gestores devem conseguir identificar os problemas encontrados, onde eles se encontram, quais medidas adotar e em quais áreas.

Qual a importância da auditoria interna nas empresas? Veja 5 benefício

Auditoria interna: Benefícios nas empresas

Identificação mais assertiva dos riscos

Identificar e mitigar riscos corporativos são prioridades na concorrida agenda dos executivos, mas a realidade ainda é distante do ideal.

Segundo pesquisa da consultoria KPMG, 56% das empresas brasileiras consultadas em 2018 tinham gestão de riscos considerada abaixo do nível “maduro”.

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Essa classificação significa que, em geral, as atividades relacionadas ao tema são limitadas, que há pouco uso de tecnologia no combate às ameaças e com foco insuficiente em riscos emergentes e/ou nas análises de cenário. 

Como resultado, as expectativas não são atendidas, e as organizações ficam mais vulneráveis. 

Uma auditoria interna eficiente é capaz de tornar irregularidades mais visíveis e, consequentemente, endereçá-las com antecedência.

Estruturação de planos de ação mais eficazes

A capacidade de elaborar planos de ação está diretamente vinculada à qualidade do trabalho de gerenciamento de riscos e à capacidade de manter ativos mecanismos de controle.

Sem o alinhamento desses pontos, o cumprimento dos objetivos pode ser afetado.

As orientações dos auditores, embasadas nas informações colhidas e analisadas, têm cunhos corretivo e também consultivo. 

Ou seja, além de apontar os motivos de eventuais erros identificados, a análise contempla  riscos existentes e seus diferentes graus.

Aperfeiçoamento no processo de tomada de decisão

A importância da pesquisa para a tomada de decisão é inegável. Quanto mais informações de qualidade à disposição, mais conscientes tendem a ser as escolhas da liderança.

Nesse sentido, a auditoria interna é uma ferramenta poderosa, seja para validar opiniões, seja para desconsiderá-las. 

Empresas que buscam mais eficiência operacional e operam com margens apertadas entendem o valor da tomada de decisão coerente e orientada por dados.

Entenda como o Big Data Analytics pode auxiliar a combater os riscos na sua empresa.

Reconhecimento de oportunidades de melhoria

Gestões inovadoras não perseguem apenas ideias disruptivas; elas também estão de olho em melhorias pontuais e contínuas de processos.

Por isso, é importante realizar a auditoria interna periodicamente. É por meio dessa prática que a organização terá condições de aprimorar suas atividades sistematicamente para um melhor desempenho rumo a resultados mais consistentes.

Estruturação corporativa com maior transparência

O crescente interesse das empresas pela implementação de programas de Compliance, repercutido neste post da LEC, mostra a relevância da transparência nas relações comerciais.

A estruturação da área de governança corporativa emite para o mercado a mensagem de que a organização é comprometida com negócios responsáveis.

“A transparência é, definitivamente, uma parte da identidade das empresas, bem recebida pela sociedade e que nos ajuda a reduzir discrepâncias e alcançar ambientes socialmente desejáveis, com vantagens significativas na produtividade, confiança, cultura e ética empresariais”, resume Joana Barros, gerente sênior executiva da consultoria de recrutamento e seleção de profissionais Michael Page.

Como funciona uma auditoria interna? Exemplos na prática

Os procedimentos da auditoria envolvem dois tipos de testes explicados abaixo, de acordo com as definições das Normas de Contabilidade:

Testes de observância

São os testes aplicados para verificar se os mecanismos de controle adotados pela empresa estão sendo considerados na tomada de decisões e também cumpridos. 

Essa é uma etapa crucial da auditoria porque serve como ponto de partida para as demais fases da investigação. 

Geralmente, esse tipo de teste é aplicado em áreas que precisam de controle mais rígido e onde há riscos maiores, como os de ordem contábil.

Entre os testes de observância mais comuns, estão os de compras e vendas. 

Toda a análise é realizada por meio de programas específicos, que contêm o passo a passo a ser percorrido para identificação do nível de confiança da área analisada.

Testes substantivos

São os testes aplicados para obter evidência quanto à exatidão e validade dos dados produzidos pelos sistemas das empresas.

Como define a Norma de Contabilidade, as informações devem ser “suficientes, fidedignas, relevantes e úteis, de modo a fornecerem base sólida para as conclusões e recomendações”.

Por meio desses dois tipos de testes, o auditor tem condições de coletar insumos para fundamentar suas conclusões.

Quais são as diferenças entre auditoria interna e externa?

Portal de Auditoria explica as diferenças entre as modalidades interna e externa.

Na auditoria interna, o processo de análise é realizado por colaboradores da empresa; na externa, contrata-se um profissional independente e sem contato direto com as rotinas corporativas daquele ambiente.

A auditoria interna geralmente é feita com o objetivo de atender às necessidades exclusivas da empresa; já a externa visa validar a veracidade das informações sobre o negócio junto aos stakeholders.

Em linha com os testes de observância, a revisão das operações na auditoria interna foca principalmente no cumprimento dos mecanismos de controle em relação às normas e políticas. Já a auditoria interna costuma direcionar mais atenção para as demonstrações financeiras.

No que diz respeito à identificação de fraudes, essa costuma ser uma atribuição do auditor interno. Por outro lado, auditores externos passam a se preocupar com o tópico quando há impacto nos resultados financeiros.

Como a Neoway pode te auxiliar na auditoria interna da sua empresa?

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É possível reunir dados relevantes em um só lugar e de forma intuitiva, realizar análises detalhadas, promover monitoramento contínuo e fazer o arquivamento de histórico, em que são armazenadas evidências sobre verificações prévias.

Já o Neoway Check é a solução ideal para combater fraudes e prevenir riscos por meio de análises precisas e automatizadas.

Conclusão

A auditoria interna é uma prática fundamental para garantir confiabilidade e estabilidade aos negócios, além de fazer um “raio x da saúde” da empresa a fim de guiar decisões estratégicas.

Tal processo permite aprimorar o alinhamento com o negócio, otimizar custos, enfatizar o valor do uso inteligente da tecnologia e gerar valor aos stakeholders.

Ao realizar o gerenciamento de riscos internos, as empresas também evitam ameaças associadas à operação e à estratégia de negócios e reforçam seus compromissos com relações comerciais responsáveis e éticas.

Por todas essas vantagens, a auditoria interna não deve ser vista como uma barreira ao avanço dos negócios, mas sim como um processo necessário para manter empresas equilibradas e competitivas.

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