Compliance: como ferramentas auxiliam atuação em conformidade com a legislação

Índice

  • O que é compliance?
  • Principais legislações gerais no Brasil
  • Complexidade de implementação de programas de compliance
  • Conheça os tipos de compliance
  • Entenda as aplicações e qual é o papel do compliance nas empresas
  • 5 dicas para um compliance eficiente
  • Benefícios de um programa de compliance bem estruturado
  • Como o Big Data Analytics e a Inteligência Artificial dão suporte ao compliance

Impulsionado por acontecimentos da última década envolvendo empresas públicas e privadas, o termo compliance ganhou espaço nos debates e se tornou um componente importantíssimo, tanto para investidores quanto para o público consumidor, impactando diretamente no sucesso das organizações.

No Brasil, devido ao grande número de legislações e normas que hoje vigoram no País, é imprescindível que as empresas – de todos os portes e segmentos – compreendam tudo sobre compliance para manterem seus negócios em conformidade com a Lei e afastarem riscos desnecessários que podem trazer prejuízos financeiros, legais e reputacionais.

Neste post, veja o que é compliance, os tipos, sua aplicação, os benefícios e a importância da tecnologia para torná-lo mais eficiente.

O que é compliance?

Compliance é um conceito originário da expressão em inglês “to comply with” – estar em conformidade – e representa as ações que as empresas executam para guiar suas atividades com base em regras e procedimentos legais.

É comum relacionar essa prática apenas com a necessidade de cumprir exigências legislativas. 

Entretanto, ela vai muito além desse uso: seu principal objetivo é agregar valores de excelência e segurança operacional, o que nem sempre é exigido por normas estatais.

O termo surgiu há quase 50 anos junto com a criação do Banco Central dos Estados Unidos (FED). O objetivo era tornar o mercado financeiro um ambiente mais seguro, estável e flexível. 

Lei Anticorrupção dos Estados Unidos – Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) – foi criada em 1970 para tornar mais rígidas as penas contra instituições envolvidas em crimes de corrupção no exterior.

Na época, esquemas de corrupção envolvendo empresas privadas e governos foram descobertos. 

Para melhorar a imagem perante o mercado e retomar a confiança dos clientes nas instituições, diversas companhias passaram a desenvolver ações de compliance.

No Brasil, a prática demorou a ser adotada em grande escala, mas hoje a legislação brasileira é uma das mais modernas do mundo quando o assunto é prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo (PLD/FT).

Leia mais: Responsabilidade objetiva: O que é e como evitar riscos

Principais legislações gerais no Brasil

O marco inicial do compliance no Brasil foi a Lei nº 9.613/1998, que institucionalizou a estrutura estatal sobre o tema. 

Essa lei atribuiu às pessoas físicas e jurídicas de diversos setores econômico-financeiros maior responsabilidade na identificação de clientes, na manutenção de registros de todas as operações e na comunicação de operações suspeitas, sujeitando-as ainda às penalidades administrativas pelo descumprimento das obrigações.

Em 2010, a Controladoria Geral da União (CGU) propôs o Projeto de Lei nº 6.826/2010, com objetivo de cobrar e punir empresas que cometessem atos lesivos às instituições públicas nacionais ou estrangeiras. 

O projeto ficou paralisado no Senado até 2013, quando a Lei n° 12.846 foi aprovada e transformada na Lei Anticorrupção (ou Lei Empresa Limpa).

Em 2012, a Lei nº 12.683 alterou a legislação anterior e passou a conectar a lavagem de dinheiro a todo e qualquer ilícito precedente, o que significa que a tentativa de legalizar recursos advindos de qualquer atividade ilícita passou a ser tipificada como crime de lavagem de dinheiro. 

E em 2016, foi promulgada a Lei nº 13.260, que criminaliza o terrorismo e seu financiamento no Brasil. Essa lei confirmou o compromisso brasileiro em combater o terrorismo e a conformidade do País com as melhores práticas internacionais.

A partir dos anos 2000 temos, então, a grande virada do compliance no Brasil, quando todas as empresas passaram a ser ativamente fiscalizadas e cobradas por seus atos, inclusive de forma indireta por meio da Responsabilidade Objetiva. 

Com isso, tornou-se necessário que as organizações adotassem ainda mais medidas para fiscalizar sua conduta interna e externa para garantir que estão em conformidade com as leis e que agem dentro de diretrizes éticas.

Entre as medidas empregadas está o programa de compliance. Esse é um importante instrumento, que demonstra o interesse corporativo na manutenção de boas práticas. 

Empresas que não desenvolvem ou não contam com um projeto de compliance estruturado estão sujeitas a perder clientes e negócios importantes, especialmente os internacionais, e terem suas imagens prejudicadas no mercado. Portanto, ter um programa de compliance deixou de ser uma tendência e se tornou requisito básico para comprovar que a empresa é séria e honesta.

Lei Anticorrupção ou Lei Empresa Limpa

É um conjunto de normas que responsabiliza a pessoa física ou jurídica por atos de corrupção contra a administração pública, nacional ou estrangeira. A lei determina as mesmas regras para todas as empresas, independente do seu tamanho.

O que são considerados atos de corrupção?

  • Prometer, oferecer ou dar vantagem indevida a agentes públicos;
  • Financiar, custear, patrocinar ou subvencionar os ilícitos previstos na Lei;
  • Fraudar licitações e/ou contratos públicos;
  • Dificultar as investigações e/ou fiscalizações dos órgãos públicos;
  • Utilizar-se de outra pessoa (“laranja”) para praticar qualquer dos atos acima.

O foco da lei é punir empresas que, geralmente, são fontes pagadoras e beneficiadoras de crimes de corrupção contra as organizações públicas.

Complexidade de implementação de programas de Compliance

Apesar de ter uma legislação que estimula as empresas a atuarem em ampla conformidade, o Brasil ocupa o primeiro lugar na última edição do Índice Global de Complexidade Corporativa. No relatório, desenvolvido anualmente pela TMF Group. são feitas avaliações a respeito do grau de dificuldade de adesão a regulações de negócios em mais de 80 países.

Além disso, as empresas brasileiras enfrentam outros desafios para implementar seus programas de compliance. 

Principalmente quando essas instituições atuam internacionalmente, que é o caso de 54% das empresas que participaram de um levantamento realizado pela Deloitte – Integridade corporativa no Brasil Evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos.

Elevar os níveis de gerenciamento em suas práticas de governança, controles e gestão de riscos é a conduta adotada por muitas empresas que querem competir internacionalmente – até mesmo as de menor porte.

Outros desafios envolvem tanto as empresas que atuam internacionalmente, quanto aquelas que estão presentes apenas no Brasil.

A pesquisa Maturidade do Compliance no Brasil, de 2019, revelou que 85% dos entrevistados acreditam que o maior desafio é identificar, avaliar e monitorar os aspectos de compliance e regulatório. 

Também foram citados como desafios a matriz de risco e controle (81%), capacitar o público interno e externo (79%) e integrar a área de compliance com as demais áreas do negócio (76%).

Veja neste webinar da Neoway em parceria com a LEC como implementar compliance em pequenas e médias empresas:

Conheça os tipos de compliance:

Empresarial

compliance empresarial é voltado para a conformidade da organização com as normas a que está sujeito

Isso envolve desde suas políticas, regras e formas de controle internos até as regulamentações externas, como as leis que a empresa precisa seguir e também determinações de entidades, como sindicatos e associações empresariais.

Assim, seja pelos órgãos de controle ou por suas normas internas, todas as sociedades empresariais devem atuar de acordo com as regras estabelecidas, desde a alta administração ao quadro de colaboradores. 

O compliance empresarial busca, então, assegurar que a empresa siga as regras em todas as áreas que lhe dizem respeito: trabalhista, tributária, fiscal, entre outras.

Trabalhista

compliance trabalhista se refere à definição e ao cumprimento dos direitos, deveres e obrigações da empresa e de seus gestores e funcionários

Para isso, a companhia deve investir na criação, na disseminação e na adoção do código de conduta da organização.

Além disso, é fundamental estabelecer um canal de comunicação – hotline ou canal de denúncia – que incentive a delação de práticas antiéticas ou ilícitas, garantindo também o anonimato e a segurança dos denunciantes.

Com isso, o compliance trabalhista cria mecanismos para fiscalizar toda a cadeia produtiva e garantir o respeito às normas de segurança e a lisura nas relações de trabalho, além de ajudar a tornar o ambiente laboral mais transparente e seguro. 

Como resultado, é possível observar um aumento na produtividade e na qualidade das operações.

Tributário

compliance tributário está diretamente ligado às normas internas da empresa. Nesse caso, ele se utiliza dessas medidas como forma de prevenção aos riscos de violação da legislação tributária e busca mitigar práticas ilegais, como a concessão de benefícios irregulares, subornos, tratamentos indevidos, isenções e subsídios diferenciados, entre outros.

Ao colocá-lo em prática, a empresa não apenas age dentro da Lei e de forma ética e transparente, como também consegue reduzir os riscos a que está exposta, inclusive judiciais, além de passar credibilidade ao mercado.

Fiscal

Frequentemente associado ao compliance tributário, o compliance fiscal busca garantir a ética e a conformidade nos processos de fluxo monetário da empresa

Isso passa pelo cumprimento das leis e normas implementadas pela Receita Federal e demais órgãos fiscalizadores.

Folhas de pagamentos, transações bancárias, bens, estoques, compras e vendas, entre outras informações, devem ser armazenadas e informadas corretamente, de acordo com o que determina a legislação.

Assim como no compliance tributário, o maior ganho se dá aos olhos do mercado, que passa a enxergar a empresa como ética e transparente. Isso ajuda a atrair investidores e facilita a obtenção de linhas de crédito, por exemplo.

Leia mais: Gestão de Risco: importância e como o compliance auxilia

Entenda as aplicações e qual é o papel do Compliance nas empresas

As ações de Compliance devem estar alinhadas com os conceitos de governança corporativa e orientar a conduta da empresa. 

Isso quer dizer que todos os profissionais devem ser ensinados sobre como realizar suas atividades em conformidade com as leis e o departamento de compliance, por sua vez, deve acompanhar as ações para garantir que nenhuma prática ilícita seja realizada.

Para ter todos os riscos e conflitos de interesse no radar da empresa, é necessário contar com ferramentas de monitoramento, avaliação e controle. 

Também é preciso documentar as políticas para compartilhá-las com os colaboradores, além de inspecionar, testar e treinar constantemente todos os profissionais.

A fim de garantir que nenhuma conduta indevida seja trazida por profissionais vindos de outras empresas, a instituição precisa adotar ações disciplinares. 

Assim, qualquer prática irregular pode ser identificada e punida imediatamente, evitando que saiam do controle e possam ameaçar a reputação da companhia.

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Governança e políticas de Compliance

Governança é a forma com que as empresas são administradas, ou seja, todos os seus processos, sua cultura, definição de regulamentações e práticas profissionais. 

As políticas de compliance visam garantir que todas essas ações sejam realizadas dentro das normas, com respeito à ética e à verdade. 

Isso quer dizer que os dois conceitos devem caminhar juntos para garantir a integridade e a boa reputação da empresa.

As práticas de governança envolvem o relacionamento com os stakeholders internos e externos da empresa – sócios, colaboradores, conselho administrativo, governo, órgãos fiscalizadores, entre outros. 

Dessa forma, é fundamental garantir:

  • A transparência da organização;
  • A igualdade no tratamento entre sócios e outros profissionais;
  • A responsabilidade corporativa dos resultados e obrigações perante a Justiça.

Para isso, a companhia terá que definir suas políticas de compliance, que devem estabelecer as diretrizes e responsabilidades da empresa, de seus colaboradores e dos diretores. 

A política de compliance deve disseminar a prática correta e a conduta ética por todos os níveis da instituição. Ou seja, a política deve orientar sobre o que é ou não admitido moralmente e legalmente.

Gestão de riscos corporativos

gestão de riscos corporativos deve abranger todos os aspectos que podem prejudicar a imagem da empresa por conta de sua conduta. 

Isso significa que é preciso identificar os riscos iminentes e orientar os profissionais sobre como conduzir cada situação.

O programa de compliance ajuda a monitorar e fiscalizar a conduta dentro da companhia com o objetivo de garantir que os processos estejam em conformidade. 

A identificação dos riscos vai ajudar no desenvolvimento de um plano que pontue quais as vulnerabilidades que precisam ser corrigidas.

Cultura organizacional

Promover uma cultura amparada na ética deve ser uma prioridade dos líderes das empresas. A cultura organizacional constrói a forma com que todos os agentes da companhia devem agir. 

Ou seja, se uma má conduta profissional é vista por um grupo de profissionais, inclusive líderes, e é aceita – ou ignorada -, outros colaboradores vão se sentir à vontade para agir da mesma forma.

Por outro lado, se a instituição condena esse tipo de atitude e, por exemplo, oferece canais para que os profissionais possam denunciar anonimamente, vai inibir esse tipo de comportamento.

Para se ter uma ideia, o relatório “Integridade corporativa no Brasil: Evolução do compliance e das boas práticas empresariais nos últimos anos”, feito pela Deloitte, aponta que o número de relatos feitos por meio do canal de denúncias aumentou 37%, entre 2018 e 2020.

Leia mais: PLD: Veja tudo sobre a Prevenção à Lavagem de Dinheiro

5 dicas para um compliance eficiente

1. Tenha um código de ética e conduta claro para todos

Como vimos, a observância das normas internas é um dos pilares mais importantes quando falamos em compliance. 

Embora espera-se que todos exerçam suas funções pautados pela ética e de acordo com os interesses da empresa, situações de conflito podem surgir. E, em muitos casos, é a existência de normas internas claras que vão ajudar a prevenir o desvio de conduta.

Assim, a criação de um código de conduta e ética na empresa e sua disseminação entre todos os setores é fundamental para reduzir – quando não eliminar – os riscos de conflitos de interesse entre os funcionários e a empresa. 

Isso trará mais transparência para a relação, sobretudo quando se tratar de questões em que a conduta esperada ainda não estava clara.

2. Treine sua equipe e faça auditorias internas

O sucesso de um programa de compliance depende diretamente do engajamento dos colaboradores e gestores da empresa no respeito às leis e às normas internas. 

Para que isso seja possível, porém, é preciso capacitá-los e deixar claro o que a organização considera errado ou não e para quem os profissionais podem recorrer em caso de irregularidades.

O treinamento deve contemplar a aplicação dessas regulamentações na rotina de cada profissional. 

E deve ir além: deve demonstrar como uma atuação ética e transparente é parte de toda uma cultura organizacional que valoriza esses atributos, e que depende de cada membro para funcionar. 

Por esse motivo, além da capacitação, é importante que a empresa crie mecanismos para avaliar a aplicação dos conhecimentos pelos colaboradores.

Mas treinamento não basta, é preciso monitorar constantemente as atividades da organização. Para isso, as auditorias internas são a ferramenta ideal. 

Elas são feitas para que se possa avaliar se as normas internas e as exigências legais estão sendo cumpridas. Trata-se, portanto, de uma revisão das atividades, feita, inclusive, quando não há suspeitas de irregularidades.

Geralmente, as auditorias internas são conduzidas por profissionais ligados à própria empresa, sendo parte integrante do programa de compliance da organização. 

Sua principal vantagem é identificar e mitigar possíveis danos, sejam eles preliminares ou avançados.

3. Crie canais internos de denúncias

Canais de denúncias são uma ferramenta em que os próprios colaboradores podem relatar atividades que estejam em desconformidade com os interesses e políticas internas da empresa.

É fundamental que esses canais sejam acessíveis, seguros e sigilosos, sem que exista qualquer forma de pressão sobre o funcionário, seja de seus colegas ou de pessoas em níveis hierárquicos superiores.

Nesse sentido, a empresa não deve apenas disponibilizar os canais de denúncia, mas também divulgá-los amplamente e incentivar os colaboradores a delatar quaisquer irregularidades. 

Além disso, é importante que todas as denúncias apresentadas sejam levadas a um comitê para sua avaliação e adoção das medidas cabíveis.

4. Seja transparente

A transparência deve permear todos os processos da empresa. Devemos lembrar que o compliance é um sistema para garantir que todas as atividades de uma empresa sejam realizadas de acordo com a Lei e com as condutas éticas pelas quais ela preza.

Para ser bem-sucedido, esse sistema deve envolver a produção de materiais acessíveis, de linguagem clara e didática que comuniquem o que é feito pela empresa de forma transparente.

A transparência deve estar presente e ser estimulada também entre os colaboradores. 

A empresa que consegue que seus funcionários se engajem em prol da transparência ganha solidez em seus processos internos, uma vez que suas possíveis fragilidades poderão ser tratadas.

5. Tenha métricas de desempenho bem definidas

Quando falamos em compliance, é importante que todos os processos internos implementados pela empresa contem com métricas para monitoramento e avaliação de resultados. 

Afinal, a ausência de indicadores e de um acompanhamento próximo tornam inviável garantir que a empresa esteja, de fato, em conformidade.

Assim, a empresa deve definir as métricas que considera relevantes e implementar um programa efetivo de monitoramento. 

Alguns fatores que podem ser acompanhados são:

  • Ações de não conformidade;
  • Atualização das políticas e procedimentos internos;
  • Cumprimento ou não das políticas de Know Your CostumerKnow Your Supplier, entre outras, por meio da checagem do número de parceiros que iniciaram o relacionamento em cada mês;
  • Denúncias no hotline;
  • Grau de adesão à cultura do compliance;
  • Problemas que geraram indenizações e correção dos fatos que as originaram;
  • Revisão dos resultados das auditorias.

Benefícios de um programa de compliance bem estruturado

Aumento de Eficiência

O compliance reduz a ocorrência de fraudes, desvios de conduta e outras desconformidades que podem causar prejuízo diversos para a empresa. 

Com isso, ele consegue evitar riscos de sanções e penalidades na Justiça, assim como perdas financeiras e reputacionais.

Com o aumento da eficiência na tomada de decisões dentro da empresa, o compliance promove a redução do custo operacional, o que impacta diretamente no aumento da eficiência e do desempenho na gestão e de seus colaboradores.

Vantagem Competitiva

O compliance não é importante apenas para evitar problemas com órgãos fiscalizadores e para trazer benefícios internos; ele também é fundamental diante do mercado. 

A empresa que adota um programa de compliance demonstra para consumidores, investidores e parceiros que preza pela integridade, ética e transparência.

E isso, em um mercado cada vez mais consciente e exigente em relação a práticas e posturas que refletem esses valores, se transforma em uma importante vantagem competitiva para a organização e a torna mais atraente para o público.

Ganhos de Produtividade

Uma empresa cuja cultura é pautada por valores éticos acaba exercendo uma influência positiva sobre a integridade dos colaboradores, o que reduz a ocorrência de desvios de conduta e outros comportamentos que atentem contra os interesses da organização.

O grau de satisfação e comprometimento dos trabalhadores tende a ser maior em empresas com uma cultura ética forte. 

Como resultado, o ambiente de trabalho se torna melhor, o que ajuda na retenção de talentos e pode aumentar o rendimento dos colaboradores. 

Assim, a difusão das políticas de compliance amplia a coesão interna da empresa e impacta diretamente na produtividade da equipe.

Maior segurança nas operações

Um dos objetivos do compliance é justamente agregar segurança operacional à empresa, sobretudo no que se refere às suas transações e às relações com seus funcionários, clientes e fornecedores.

Partindo do entendimento de responsabilidade objetiva, por meio de políticas claras, a organização reduz os riscos de ficar diretamente vulnerável ao descumprimento de normas e por atos ilícitos cometidos por seus clientes ou parceiros.

Leia mais: Mitigação de Riscos: Práticas para reduzir riscos corporativos

Como o Big Data Analytics e a Inteligência Artificial dão suporte ao Compliance

Soluções de Big Data Analytics e Inteligência Artificial permitem que diversas informações, vindas de fontes internas ou externas, sejam estruturadas e analisadas com maior precisão e agilidade. 

De forma geral, unifica as fontes de pesquisa e entrega dados atualizados de órgãos reguladores de cada setor e de outras entidades como Receita Federal, Juntas Comerciais, Tribunais e Fóruns, Banco Central, IBAMA, CNEP, Portais de Transparência dos Governos, listas de restrições nacionais e internacionais (Lista Francesa, Offshore Leaks, OFAC, entre outras) e até de registros de publicações negativas em mídias sociais ou jornalísticas.

Assim, essas tecnologias ajudam a otimizar o setor de prevenção de fraudes e compliance, pois diminuem o tempo de busca e interpretação das informações, além de reduzir as chances de uma análise equivocada.

Usando este tipo de solução inteligente, as organizações conseguem:

  • Detectar e corrigir rapidamente possíveis ameaças à integridade da empresa;
  • Alcançar eficiência e agilidade no trabalho dos analistas;
  • Coletar e analisar grande volume de dados, de acordo com os interesses e o setor de atuação da empresa;
  • Ter controles internos e de compliance mais ágeis, precisos e com modelos e métricas relevantes;
  • Rastrear, em poucos minutos, uma empresa e/ou uma pessoa física e entender como estão posicionadas no mercado em diferentes perspectivas, além de analisar seus relacionamentos empregatícios, societários e familiares.

Coleta de informações

Ferramentas inteligentes permitem encontrar dados internos e externos de diferentes sites e fontes públicas, além de combinar critérios para descartar homônimos.

Análise de ligações societárias e vínculos com listas restritivas

É possível identificar ligações societárias, vínculos com listas restritivas nacionais e internacionais, além de ativos tangíveis e intangíveis, e pesquisar termos na web para análises reputacionais.

Score do nível de exposição a riscos via integração API

A partir de Inteligência Artificial e dados relacionados a risco e compliance é possível identificar em uma escala – que pode ir de 0 a 100, por exemplo – o nível de exposição de uma empresa a ameaças ligadas ao Compliance.

As informações também podem ser acessadas via API para facilitar sua utilização em conjunto com outras análises feitas em maior detalhe e com mais profundidade.

Monitoramento de empresas e sócios de forma contínua

Outra possibilidade é receber alertas automáticos sobre comportamentos atípicos de terceiros considerados perfis de risco e prevenir-se contra fraudes e ameaças reputacionais.

Saiba mais sobre o assunto no episódio do podcast Bites & Business Como a tecnologia ajuda o Compliance a reduzir riscos e perdas nas empresas.

Uso prático de Big Data Analytics

Entenda alguns casos de uso das soluções de Big Data Analytics em diferentes segmentos do mercado:

  • Analisar risco, realizar onboarding de novos clientes e fornecedores, entre outras diligências;
  • Identificar se o cliente, fornecedor ou colaborador é uma PEP (pessoa exposta politicamente);
  • Verificar se a empresa fez doações políticas ou se está em alguma lista restritiva do governo, se esteve envolvido em algum tipo de fraude ou se há algum indicador negativo que possa representar um risco caso feche o negócio ou a parceria;
  • Instituições financeiras podem usar para levantar informações para PLD (prevenção à lavagem de dinheiro), evitar evasão de divisas, corrupção e até terrorismo;
  • Garantir que parceiros e fornecedores cumprem parâmetros de proteção aos direitos humanos e oferecem condições trabalhistas seguras e justas;
  • Na saúde, é preciso garantir que os planos de saúde estão cumprindo os padrões de fornecimento adequado, por exemplo. Instituições clínicas devem ter maior controle ao checar dados de compras, fornecedores e dos próprios pacientes.

Separamos alguns conteúdos que ilustram melhor como o Big Data Analytics facilita os procedimentos de compliance, desde as análises iniciais de onboarding de clientes e due diligence, até o monitoramento contínuo para evitar riscos:

Como vimos, o Big Data Analytics está mudando a forma com que os negócios são conduzidos e controlados. 

As empresas que utilizam esses recursos ganham mais competitividade e conseguem ter um gerenciamento de riscos eficiente.

O investimento nessas tecnologias permite extrair valor de seus próprios dados e agregar informações externas para análises muito mais precisas, rápidas e seguras. 

No contexto de compliance, o Big Data Analytics auxilia as instituições a se manterem em conformidade com a lei e diretrizes éticas, já que entrega informações relevantes sobre seus processos internos e riscos que uma relação com terceiros pode causar ao negócio.

Neoway Compliance

Neoway Compliance é uma ferramenta para a realização de diligência prévia completa, gestão de compliance, análise e prevenção de riscos

Permite o acesso a dados e variáveis modeladas sobre os públicos de interesse, facilitando a tarefa de encontrar informações jurídicas e reputacionais sobre empresas e pessoas de todo o Brasil.

Com essa solução, você consegue aperfeiçoar o onboarding de clientes, identificar conflitos de interesse e fazer análise de reputação e crédito, além de analisar grupos econômicos e mapear riscos em redes de relacionamentos.

Neoway Watcher

Neoway Watcher é voltado para o monitoramento contínuo das empresas e de seus sócios que permite tomar decisões de compliance e prevenção de riscos mais ágeis e precisas. 

Ele fornece acesso a informações de todas as empresas do Brasil e permite o monitoramento de dados como processos judiciais, mudanças de quadros societários, alteração no CNAE, entre outros.

Com o Watcher, é possível padronizar as políticas de compliance por toda a organização. Além disso, a ferramenta conta com uma funcionalidade de alertas, que avisa sempre que forem detectadas ações suspeitas ou fora do comum.

Conclusão

Compliance é um tema central para a atuação e sobrevivência das empresas no mercado atual. 

Focado no cumprimento da Lei e das normas internas da organização, ele busca resguardar as empresas dos riscos de inconformidade nas mais diversas áreas e apoiar uma atuação pautada na ética e na transparência.

Com o auxílio da tecnologia, é possível tornar o processo de aplicação das políticas de compliance mais eficiente, seguro e ágil, o que assegura às empresas um importante diferencial competitivo e um recurso que impulsiona a produtividade e a segurança das operações.Saiba como as soluções Neoway para Risk & Compliance podem ser aplicadas no seu negócio. Fale com nossos especialistas!